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08 de março!

08 de março de 2022, mais um ano em que passamos por essa data e a sociedade ainda traz, neste dia, a marca dos aspectos culturais que reforçam as desigualdades entre homens e mulheres. A publicidade brasileira insiste em remarcar o Dia Internacional das Mulheres com promoções de maquiagens, sapatos, estética corporal, dentre muitos outros acessórios que acabam imbuindo no imaginário popular símbolos de feminilidade e não de luta. Hoje, como todos os outros oitos de março de outrora, é um dia de luta e, ao mesmo tempo, de lembranças das conquistas em prol das mulheres.
O dia 08 de março foi escolhido como a data representativa da luta em função de uma cena triste, de um incêndio ocorrido em uma fábrica em que as mulheres realizaram greve reivindicando melhores condições de trabalho. Ainda que este dia seja para alguns um mito, este foi oficializado como um dia para se rememorar as lutas e as conquistas dos movimentos feministas. É dia de relembrar que as conquistas femininas: dia de relembrar que o direito feminino ao voto, ao trabalho, ao divórcio, à capacidade de gerir os seus bens e a sua vida, o direito ao corpo, dentre outros tantos foram alcançados com muita luta popular, política e social.
Numa visão prospectiva, é dia de também sonhar. Desde 2016, as políticas públicas para as mulheres foram desmobilizadas e desarticuladas e, desse modo, esse dia é também dia de dizer o que queremos: queremos lutar por uma sociedade em que haja uma justa divisão do trabalho, seja no ambiente doméstico, seja no ambiente público; queremos melhores salários, melhores postos de trabalho, queremos alcançar postos altos e de gestão nas mais diversas carreiras; queremos lutar por uma sociedade que não nos violente, que não sexualize nossos corpos, que nos permita exercer autonomia sobre todas as searas de nossas vidas – nossa vida profissional, familiar, nossa sexualidade e nossa reprodução -; queremos transitar em todos os espaços da sociedade sem ter medo de sermos estupradas, assediadas e vigiadas, queremos ser livres e ser respeitadas.
Por fim, falar do 08 de março é falar da diversidade. Queremos igualdade entre homens e mulheres, mas queremos melhores e efetivas oportunidades para as mulheres pretas e pardas, para as mulheres transexuais, que possuem uma aumentada vulnerabilidade em relação às outras mulheres. Enfim, nesse 08 de março queremos existir socialmente e continuar a luta pela vida das mulheres e por um país sem Bolsonaro, sem machismo e sem racismo.

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